Conservatório de Tatuí promove Mostra de Artes Cênicas a partir do dia 28
quarta-feira, 6 de novembro de 2013O Setor de Artes Cênicas do Conservatório de Tatuí, instituição da Secretaria de Estado da Cultura e do Governo de São Paulo, realiza de 28 a 30 de novembro e no dia 1º de dezembro nova edição da Mostra de Artes Cênicas.
O evento, realizado anualmente, visa a apresentar resultados de estudos realizados pelos alunos ao longo do ano de todas as classes da área. A coordenação é de Carlos Ribeiro e, ao todo, são envolvidas mais de 120 pessoas. Todas as apresentações ocorrem no Teatro Procópio Ferreira, à rua São Bento, 415.
A Mostra de Artes Cênicas é aberta com o espetáculo “Quem Matou o Leão?” na quinta-feira (28/11), às 15h. O espetáculo tem texto de Maria Clara Machado, direção de Dalila Ribeiro e direção musical de Hugo Muneratto. Com recomendação livre (e especial para divertir crianças), o espetáculo é apresentado pelo Núcleo de Teatro de Rua do Conservatório de Tatuí. Ele conta a história do Leão Mussolini que é encontrado morto, envenenado em sua jaula. A peça tem o foco em descobrir o responsável pela morte.
Ainda na quinta (28/11), às 20h30, é a vez dos alunos da classe de aperfeiçoamento (8º semestre) apresentarem “Paráguas”, cujo texto é uma coletânea de trechos das obras “Romeu de Julieta” (William Shakespeare), “As Cadeiras” (Eugene Ionesco) e “Ensaio para um Adeus Inesperado” (Sergio Roveri). A direção é de Ludmila Castanheira e a orientação, de Carlos Doles. Paráguas são instantes recolhidos de memórias dos dias chuvosos. Do tédio implícito no confinamento. Da lentidão das horas, que custam a passar. Das doces lembranças de um dia de sol. “Nossas escolhas nesse espetáculo falam mais desses instantes do que das grandes histórias com começo, meio e fim. Paráguas são gotas que vamos juntando numa vivência coletiva”, afirma o elenco formado por Débora Martins, Nathalie Abreu e William Priante.
Na sexta-feira (29/11) serão apresentados três espetáculos. O primeiro, às 15h, é “Auto da Infância”, com texto de Luís Alberto de Abreu e direção de Marcos Caresia e Fernanda Mendes. O espetáculo é apresentado pela Classe de Teatro Juvenil (1º e 2º Semestres) e tem classificação livre. “Auto da Infância” conta a história do menino Biel que, ao nascer, recebe a profecia de que um dia iria achar um grande tesouro. Assim que o menino nasceu um casal vizinho, invejoso, roubou a criança e fugiu. Biel, agora com sete anos, após ser alertado por Ceição – uma fiel empregada da casa – começa a sua saga pelo mundo em busca da sua identidade. Baseada nos autos populares, a peça foi escrita dentro da estrutura da cultura popular brasileira.
Ainda na sexta, 29, às 18h, é a vez de “Submarino”, espetáculo de Leonardo Moreira com direção de Marcos Caresia, que integra o Projeto Conexões. A montagem foi estreada em São Paulo e terá reapresentação pelo Grupo de Teatro Jovem do Conservatório de Tatuí. O espetáculo mostra os alunos da oitava série no primeiro dia de retorno às aulas após a morte de um dos colegas, sendo que eles têm que conviver com a sua ausência. O tema é o luto e a continuidade da vida.
A sexta-feira, 29, termina com apresentação do “Teatro de Improviso”, às 20h30, com direção de Carlos Ribeiro e apresentação pelos alunos da Classe de Teatro Adulto (2º Semestre). Conforme Ribeiro, a apresentação é o resultado de um processo de treinamento de improvisação teatral e criação de personagem desenvolvido ao longo de dois semestres. “A estrutura é a de um jogo: cada ator desenvolveu dois personagens com características opostas. Através de sorteio, escolhe-se uma dupla de personagens, qual o status de cada um deles dentro da situação a ser proposta e um tema para a cena, recolhido previamente, com sugestões da plateia. A cada sessão surgem histórias inéditas com estes personagens, pois as possibilidades de combinação são inúmeras”, explica ele.
No sábado (30/11), às 15h, será apresentado “Pipocas de Papiro”, com texto de Ricardo Mack Filgueiras e direção de Erica Pedro e Adriana Afonso. O espetáculo tem recomendação livre e será apresentado pela Classe de Teatro Juvenil (4º Semestre). A peça é ambientada no Egito Antigo, onde fora travada uma guerra comandada pelo General Surdônio, que voltou vitorioso, sendo reverenciado pelo Faraó Zut Zut Zut. O que eles não sabem é que está acontecendo uma tramóia no palácio e tem muita gente querendo destronar o faraó.
Na noite de sábado, 30, às 20h30, é a vez de “Um Moliére Imaginário”, adaptação de Cacá Brandão – Grupo Galpão do clássico de Molière, com direção cênica de André Luiz Camargo e direção musical Hugo Muneratto. O espetáculo será apresentado pela Classe de Teatro Adulto (4º Semestre), com recomendação livre.
Conforme o diretor Camargo, “Um Molière Imaginário” projeta “O Doente Imaginário”, original de Molière, sobre um pano de fundo que investiga a natureza e a função do teatro, enquanto homenageia o mais importante comediógrafo de todos os tempos. “Nesse contexto, surge em cena a Rainha Mab, personagem roubada do ‘Romeu e Julieta’ de Shakespeare. Mab introduz no espetáculo a possibilidade do sonho e, através dele, arrebata o próprio Molière da tumba em que repousa há mais de trezentos anos para, aproximando-o de Machado de Assis, dar-lhe novamente a palavra e restituir-lhe a dignidade, vilipendiada por um enterro aviltante. No miolo da ação, desenrola-se a história de Argan, avarento e hipocondríaco, a última grande criação do dramaturgo e comediante francês. De maneira divertida, Molière desnuda a hipocrisia social e os abusos da cabala médica”, diz ele.
No último dia da Mostra, domingo (1º/12) serão duas apresentações. Às 15h, será apresentado “A Menina e o Vento”, de Maria Clara Machado, com direção de Dalila Ribeiro e direção musical de Hugo Muneratto. O espetáculo é apresentado pela Classe de Teatro Juvenil (6º Semestre). “A Menina e o Vento” foi baseado na obra homônima escrita em 1962, conta a história vivida por Maria e Pedro que, fugidos das aulas de domingo dadas pela tia Adelaide, escondem-se na Cova do Vento e lá conhecem o Vento em ‘pessoa’. O Vento sopra Pedro para longe e Maria, revoltada, o enfrenta e acaba conquistando-o e é convidada por ele a viajar em sua cacunda e conhecer o Brasil, que segundo ele é muito mais bonito visto lá de cima.
Encerra a Mostra de Artes Cênicas o espetáculo “A Falecida”, de Nelson Rodrigues, com direção de Carlos Ribeiro. A apresentação será às 20h30 do domingo, 1º, pela Classe de Teatro Adulto (6º Semestre). A recomendação é para maiores de 16 anos.
A Falecida foi escrita em 1953 e conta a história da dona de casa suburbana Zulmira, que sonha com um enterro luxuoso. Por trás deste desejo, porém, está escondido um segredo. “Uma das mais famosas peças escritas por Nelson Rodrigues ganhou versão cinematográfica de Leon Hirzmann e é constantemente remontada. Foi escolhida para ser o trabalho final de avaliação da turma do 6º semestre do Curso de Teatro Adulto por suas qualidades dramatúrgicas e por ser um grande exercício para todos os atores”, explica o diretor.
Ensaios Abertos
Antes das estreias oficiais no palco do Teatro Procópio Ferreira, os espetáculos vem sendo apresentados em ensaios abertos no setor de artes cênicas (à rua Cel. Aureliano de Camargo, 550 – 1º andar).
O espetáculo “A Falecida” ainda pode ser conferido às 19h30 nos dias 1º, 5 e 8 de novembro. A classe do “Teatro de Improviso” ensaiam às 19h30 nos dias 4, 11, 18 e 25. O espetáculo “Submarino” tem único ensaio no dia 5, às 15h. “Paráguas” pode ser conferido nos dias 6 e 20, às 20h. Os ensaios de “Um Moliére Imaginário” serão às 20h dos dias 7, 12, 19 e 26. “Pipocas de Papiro” pode ser visto no dia 20, às 15h. Já “A Menina e o Vento” pode ser conferido às 15h do dia 22; e “O Auto da Infância”, às 15h do dia 25. A entrada é franca.
Serviço:
Mostra de Artes Cênicas 2013
Teatro Procópio Ferreira
Carlos Ribeiro, coordenação
28 a 30 de novembro e 1º dezembro de 2013
Vários Horários